Resenha: O DEMONOLOGISTA de Andrew Pyper | DARKSIDE BOOKS

Alexandre Rodrigues
Beira da Realidade
Published in
4 min readSep 23, 2016

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Cara, eu que tirei essa foto … que orgulho de mim.

Adendo: Esse texto resume minha reação nas primeiras 3 leituras. No vídeo eu reitero “O Demonologista é um ótimo livro pra quem nunca leu um livro de terror na vida, está começando ou quer uma leitura de terror leve.”

Esse texto irá complementar com Spoilers a resenha em vídeo que saiu no canal.

Se você não sabe nada sobre o livro, assista.
É ‘necessário’ ter ao menos a base do que foi dito.

Enfim após muito tempo chegamos aqui aos spoilers, opiniões sinceras e alguns debates (e veremos se eu lembro, pois não irei ler ele novamente tão cedo, 8 vezes basta). Então, chega de falatórios e vamos lá.

Eu comprei o livro acreditando que ele seria “O filho de O Exorcista com o O Código Da Vinci” — vocês entendem ? Misturam o um dos melhores ou senão o MELHOR livro de terror (ao menos pra mim) com uma ótima trama de aventura ou seja o hype tava + de 8.000 !

Só que não foi uma experiência muito legal partindo pelos diálogos (ah essa coisa linda) que me deram saudades de algo um pouquinho mais crível.

Não entendeu? Explico:

“-Meu nome verdadeiro é uma informação que, infelizmente, não posso lhe dar.
-Isso coloca você numa posição vantajosa.
-Posição vantajosa? Mas isso não é uma disputa, professor. Estamos do mesmo lado.
-E que lado é esse?
Aqui ela não responde. Logo em seguida o professor continua:
-Seu sotaque. Não consigo localizá-lo.
-Já vivi em muitos lugares.
-Uma viajante.
-Uma errante. Talvez seja o melhor termo.
-Ser errante implica uma ausência de propósito.
-É mesmo.
Mas não pode ser. Pois foi isso que me trouxe aqui.”

Em outro momento:

“ -Talvez alguém o tenha ajudado.
- Aí, está. Agora você está pegando a ideia, professor.
- Você acha que ele foi assassinado.
- Não no sentido convencional da palavra.
- Qual é o sentido não convencional da palavra?
- Uma operação traiçoeira, ela diz, sorrindo com a expressão.”

Velho, sério ? Sério mesmo ? Quem diabos fala assim ?
Ok, eu até entendo eles usarem termos técnicos pois são professores de universidade e especialistas em algumas áreas mas isso é demais.
Nem o R. Langdon que é ‘perturbado’ fala desse modo.

Mas até aqui tudo bem, a gente releva isso.

Porém, pra quem esperava um terror ao nível “O Exorcista” eu acabei broxando na sutileza do Andrew Pyper, ele realmente escreve bem, o livro é algo simples, direto, honesto porém o modo que ele coloca coisas nas entrelinhas e força você a aceitar outras como foi a viagem para Dakota do Norte simplesmente porque um taxista o deixou na esquina norte do edifício Dakota, sim, ele foi apenas por causa disso.

Se não me falha a memória a fala foi essa:

“Ele me largou na esquina norte do edifício. Norte do Dakota.
Dakota do Norte.”

Agora, como a gente releva algo assim ?
Caralho, não era pra ser o filho de O Código Da Vinci, ao menos faça algum esforço pra mandar o cara de um lado pro outro.

Sinceramente, a trama e as narrativas não empolgam quem já está acostumado a ler livros do gênero.
(Ao menos não empolgou a mim, nem os colegas a quem perguntei.)

Ok, indo pro final agora. Que é corrido de um modo tão surreal que mesmo sendo um livro que trate do sobrenatural fica complicado de pensar e tentar encaixar algo plausível, e é este já o problema, um livro sobrenatural que consegue ser surreal até no próprio universo.

O final deixa em aberto para varias teorias, são algumas:

  • Tudo não passa da imaginação do David.
  • No fim David entra no trem e Belial trás sua filha de volta.
  • O’brien volta como um anjo e ajuda ele a resgatar Tess.
  • David morre junto com Tess e sua jornada é tirá-la do inferno, O’brien é seu anjo desde o começo do livro.

Uma das coisas que salvam no livro é a parte das irmãs idosas e o porão que é simplesmente sensacional ❤

Como de praxe a DarkSide Books fez um ótimo trabalho visual no livro, como dito no vídeo: “É só você olhar para perceber que precisa tê-lo em sua estante”.
Então minha opinião final é:

“O que estragou o livro foi o marketing.”

Se ele tivesse sido vendido como um ótimo livro pra introdução ao nosso “mundinho” de livros de terror/suspense e etc… Ele não teria sido tão haterado na blogosfera e outros por causa do hype que causou.
Porém, contudo, entretanto e todavia eu ainda recomendo que leiam mesmo se você for um leitor assíduo de terror, ele vai servir pra dar uma relaxada naquela leitura pesada.

Caso tenha interesse em comprar para tirar suas próprias conclusões, aqui está o link do livro na Amazon: https://amzn.to/2DyNDFk

Enfim, é isso. Sobre o final, deixa nos comentários sua opinião para debatermos uma boa teoria de o que o Andrew tentou passar.

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